Encontro Literário
Jovens Em Movimento
Poesia Literatura
Roda de Conversa
Intervenções PoÉticas
#poesia #literatura #intervençõespoéticas #encontroliterario
#jovensemmovimento
#rodadeconversa
#BalbúrdiaPoÉtica
*
porta/bandeira
diante de tudo
que tenho falado
despido lido escrito
ser porta bandeira
não é uma missão
apenas por ter incorporado
a Mocidade Independente
de Padre Olivácio
em Ouro Preto
tem mais angu nesse caroço
cabeça nesse prego
não nego
estou metida nessa trama
dos pés aos fios de cabelo
em cada uma das nervuras desse osso
debaixo dos lençóis de cada cama
tem segredos e mistérios
que sendo revelados
deixariam qualquer país em alvoroço
Federika Bezerra
leia mais no blog
https://fulinaimagens.blogspot.com/

Por Onde Andará Macunaíma?

Onde está Macunaíma?
No mangue, na memória, na metáfora — e nas palavras do nosso novo colunista
colaborador Artur Gomes (@artur.gumes / @fulinaima), que nos convida a
revisitar o herói sem nenhum caráter com poesia, afeto e crítica.
Na coluna Por Onde Andará Macunaíma, o autor traça conexões entre o clássico de
Mário de Andrade, a lenda viva de Bracutaia e os mistérios do Boi Macutraia, em
um texto que mistura realismo fantástico, cultura popular e uma escrita que
pulsa como veia aberta!
Leia na
íntegra na Editoria LITERATURA
Coluna de
Artur Gomes (@artur.gumes / @fulinaima)
Confira
em ArteCult.com
E você, o que acha, por onde anda Macunaíma?
#Macunaíma #ArturGomes #ACRetro #LiteraturaBrasileira #PoesiaContemporânea #Bracutaia #BoiMacutraia #CulturaPopular #EditoriaLiteratura #ArteCultNaLiteratura #DestaqueAC #SemanaDeArteModerna #CarlosDrummondDeAndrade #Tropicália #Gargaú #Itabapoana #PoesiaMetafórica #HeróiSemCaráter #Fulinaima #JoséCésarCastro #BibliotecaBracutaia

Abismos
Olhos—duas chamas frias no breu,
tremulam, insondáveis como espelhos partidos.
Abismos onde os pensamentos afundam,
onde o tempo curva os joelhos e implora.
Olhos—poços de luto e de presságios,
onde a noite verte seu aguardente vagabundo.
Neles dorme a verdade retorcida,
como um náufrago sem horizonte.
Há olhos que cospem cinzas de séculos,
outros que sangram silêncios ocres,
e há os que, imóveis como ruínas,
soterram segredos entre sombras e aço.
Mas os teus, frios e fundos,
devoram os gestos, os nomes, as preces,
e me olham como a morte olha um pagão,
sem piedade, sem pressa, sem perdão.
Simone Bacelar
SSA 19/02/2025
leia mais no blog
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/
Terra,antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida
entre aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ver-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal diamante
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo – o vão
estreito em cada porta
MOENDA
usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
:
o saldo e o lucro
Artur Gomes
poema dos livros: Suor & Cio
MVPB Edições - 1985
e Pátria A(r)mada
Editora Desconcertos – 2019
Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio-2020 – lançamento da segunda edição ampliada em 2022
gravado no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia
2002
https://www.facebook.com/arturgomespoeta/
arde em mimum rio de palavras
corpo larvas erupção
mar de fogo vulcão.
bom dia meus queridos
e queridas nesse domingo
de sol quase nuvem. e porque hoje
é domingo no parque de hera
me vingo com os caprichos
de afrodite que me leva pela
áfrica de dentro
em transversais transversias
terra mãe do epicentro
dessa transversa pandemia
universo que me espelha
na gravidade que me espalha
minhas faíscas na centelha
do leite seco das pedras
o mel no útero da abelha
minha estrada algaravia
Artur Gomes
Da Nascente A Foz : Um Rio De Palavras
www.fulinaimargem.blogspot.com
O Poeta Enquanto Coisa
Com prefácio de Igor Fagundes, e texto para orelha de Nuno Rau, O Poeta Eqnaunto Coisa foilançado em 2020 pela Editora Penalux.
Segue esse poema do meu grande amigo querido, EuGênio Mallarmè. presente que ganhei dele, quando fez a primeira revisão do livro.
Metáfora
meta dentro
meta fora
que a meta desse trem agora
é seta nesse tempo duro
meta palavra reta
para abrir qualquer trincheira
na carne seca do futuro
meta dentro dessa meta
a chama da lamparina
com facho de fogo na retina
pra clarear o fosso escuro
EuGênio Mallarmè
www.secretasjuras.blogspot.com
pandemônia
ela chegou sem aviso prévio
foi direto ao sangue
uma facada no fígado
sensualidade
água escorrendo
sobre a pele
da saudade
Lagoa Doce - Eco SistemaSão Francisco de Itabapoana-RJ
precisamos transformar esta paisagem em cenário de cinema. luz natural depois das 4 da tarde antes que a noite chegue com poema na ponta da língua de cada boca.
parafraseando
Glauber Rocha
com uma câmera nas mãos
e um poema na cabeça
vamos gravar um vídeo
vamos fazer um filme
antes que o poema desapareça
Artur Gomes Fulinaíma
o homem com a flor na boca
www.arturfulinaima.blogspot.com
Festival Cine Vídeo
De Poesia Falada
em dezembro 1 Ano
Studio Fulinaíma Produção Audiovisual
https://www.facebook.com/studiofulinaima
ser/tão corpo
cor coração coragem
BraziLíricapara Uilcon Pereira in memória
salve salve
a metáfora anárquica
res-publicana brazilírica
que assombradado seja
o poder da fricção
meu coração é vermelho
nunca foi verde/amarelo
minha faca tem dois gumes
não tem neves
não tem cunha
não tem mello
alcalumbre vagalume
no circo tem marmellada
às 8 horas da noite
com a massa tele guiada
Artur Gomes
BraziLírica Pereira:
A Traição das Metáforas
www.brazilicapereira.blogspot.com
Ruidurbanos
também me lembro aquela tarde em Teresina lá estava eu naquela tarde e Jomard Muniz de Britto me falava que certa vez em Pernambuco um Rei eunuco engravidou certa Rainha do reino de Assombradado.
Perseguido pela in-justiça o eunuco caiu do telhado direto num mar de lama e desde então fez a fama e nunca mais foi encontrado.
Federico Baudelaire
https://www.facebook.com/ruidurbanos

Fome é tema de ensaio fotográfico
com ossos à venda em bandejas
come osso menina
come osso menino
não há mais metafísica no mundo
do que comer osso
no açougue ou no mercado
osso de graça já foi dado
hoje é vendido hoje é comprado
come osso maria
come osso mané
come osso joão
com arroz e feijão quebrado
porque nesse país sem nome
temos que comer osso
para matar a nossa fome
Artur Gomes
Pátria A(r)mada
www.porradalirica.blogspot.com
Esse Macunaima que vai surgir no vídeo foi pintado por Genilson Paes Soares no coreto de Manguinhos, em 2017, na edição de junho de maio de 2017. Infelizmente a ignorância com reação a Arte e Cultura em São Francisco do Itabapoana é tanta que mandaram apagar. Com certeza o autor ou a autora da façanha não tem a mínima ideia de quem foi Macunaíma, e o que ele representa para a forma étnica do povo brasileiro.
Genilson Soares
Pintando o 7 no Coreto
Sarau Manguinhos Vive
Dia 27 de Maio - 2017
Trilha Sonora: Luiz Ribeiro
faixa do CD Fulinaíma Sax Blues Poesia
Fulinaíma MultiProjetos
Roteiro & Direção: Artur Gomes
https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1395472030547713/?hc_ref=PAGES_TIMELINE
com uma câmera nas mãos
um poema na cabeça
vamos fotografar o poema
antes que desapareça
https://www.facebook.com/arturgomesfotografia
MACUCO
quando cheguei por aqui
só vi aipim abacaxi
não entendi a palavra pássaro
pássara passado passará
o tempo passa
e não entendia a lentidão
das pessoas
que não entendem poesia
e ainda não entendo
o corpo que pensa
só cabeça tronco membros
o corpo passa o corpo dança o corpo anda
mas no Macuco não pensa
no Macuco não dança
e eu que venho de longe
dos desejos imortais do serAfim
eu me pergunto:
qual o desejo qual o sentido de um povo ser assim?
obs.: na foto não é um macuco, porque aqui está em extinção, é uma garça na boca lutando pela sobrevivência, para também não entrar na lista dos pássaros em extinção.
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 - whatsapp
Poética 92
era uma vez e não Hera
deus Prometeu me dissera
Cronos a transformará em Fedra
se não descrever sobre a pedra
as escrituras sagradas
bem mais muito mais que secretas
que tu trazes na carne
de lá da ilha de Creta
Federika Lispector
Dentro da Noite Veloz
A Flor Da Pele
aqui redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas relento
e um cheiro de podre no Ar
caranguejos explodem
mangues em pólvora
Projeto Arte Cultura
Oficinas: Teatro Fotografia Música
Artesanato Poesia Cine Vídeo
Macuco – São Francisco de Itabapoana-RJ
Direção: Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
(22)99815-1268 – whatsapp
https://www.youtube.com/watch?v=ojbGSgdTLhI
Jura secreta 101
fosse Clarice
uma mulher aos trinta
em tudo que ainda sint(r)a
como um mar pulsando ostras
beijaria o sal nas coxas
entre deuses céus infernos
fosse sagrado – não profano
nossos desejos mais e-ternos
fosse nu – corpo sem planos
como o vento nos vinhedos
em teus cabelos – desalinhos
os teus poros nos meus dedos
tua lã fosse meu linho
panos rasgados sem segredos
tua língua entre meus dentes
em nossas bocas tinto – vinho
o nome da musa
em tudo que Ana não disse
teus lábios molhados
talvez só quisessem
a língua lambendo Clarice
na hora do amor se fizesse
um livro com hora marcada
no instante que ela quiser
na ora H de Clarice
em Ana nascendo a mulher
O Nome Da Musa
https://www.facebook.com/onomedamusa/
pele grafia
meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento
o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia
Artur Gomes
Juras Secretas
www.secretasjuras.blogspo.com
desconcerto
para Artur Gomes
o poeta é um jogador
joga um lance de dados
com dedos num dado lance
palavras letra por letra
sílaba por sílaba
sem nome ou sobrenomes
no universo das coisas
no artifício das cores
tira um sarro com metáforas
desconcerta verbalírica
a métrica a fonética
os significados
onde não tem nenhum sentido
enfeitiça o sub-mundo
enaltece o desdentado
Federika Lispector
https://www.facebook.com/federikalispector/
Dica para uma boa interpretação
De Teatro e Poesia Falada
1. Memorizar plenamente o texto
2. Ter compreensão total sobre o seu significado
3. Exercitar a respiração e o rítmo da fala para passar ao público compreensão total da poesia que está sendo interpretada
4. Fazer uma leitura sem pressa de cada verso, para perceber as nuances da sonoridade de cada palavra nele contida
5. Depois da poesia memorizada, experimentar a fala, quantas vezes forem precisas, até encontrar a melhor interpretação, e nunca se sentir satisfeito com o resultado conseguido. Experimentar sempre, pois formas de se falar uma poesia são múltiplas.
Teatro do Absurdo
Lis a mulher dos sonhos
quem sabe ela
me traga a palavra clara
absurda exata
sendo Florbela Espanha
em Guernica quem sabe ainda
as nossas bodas de prata
nalgum pomar desse Zeus
em nosso quintal de amoras
pitangas jabuticabas
mito que nunca acaba
e na vertigem me devora
Artur Gomes
Teatro do Absurdo
https://www.facebook.com/fulinaimateatroabsurdo/
Jogo de Búzios
ogum não permitiu que iansã
doasse o coração para xangô
e deu-se num trovão pela manhã
o seu amor oxossi em cada um
exu de sangue e ferro
então mandou cortar meu coração
em mais pedaços
assim se fez sem nenhum berro
por isso tens-me aqui entre os seus braços
oxalá então cantou vendo a magia
fez a terra estremecer
de africania
américa quem sabe
porque canto de alegria
quando choram nos meus olhos
todos mares da Bahia
fazendo um doce mar ficar oxum
um velho doce mar ficar oxum
ArturGomes/Paulo Ciranda
Artur Gomes
FULINAIMAGEM
www.fulinaimagens.blogspot.com
por Ademir Assunção
TERRA DE SANTA CRUZ
ao batizarem-te deram-te o nome
posto que a tua profissão
é abrir-te em camas
dar-te em ferro
ouro prata
rios peixes
minas mata
deixar que os abutres
devorem-te na carne
o derradeiro verme.
salve lindo pendão que balança
entre as pernas abertas da paz
tua nobre sifilítica herança
dos rendez-vous de impérios atrás.
meu coração é tão hipócrita que não janta
e mais imbecil que ainda canta
ouviram no ipiranga às margens plácidas
uma bandeira arriada
num país que não levanta.
telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite
uma estrela ainda brigava
contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
esperei-te vinte anos
e até hoje não vieste
à minha porta.
o poeta estraçalha a bandeira
raia o sol marginal quarta-feira
na geléia geral brasileira
o céu de abril não é de anil
nem general é my brazil.
minha verde e amarela esperança
portugal já vendeu para a frança
e o coração latino balança
entre o mar de dólares do norte
e o chão dos cruzeiros do sul.
o poeta esfrangalha a bandeira
raia o sol marginal sexta-feira
nesta zorra estrangeira e azul
que há muito índio dizia:
meu coração marçal tupã
sangra tupy e rock’n’roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola e guaraná.
o sonho rola no parque
o sangue ralo no tanque
nada a ver com tipo dark
muito menos com punk
meu vício letal é baiafro
com ódio mortal de ianque.
ó baby a coisa por aqui
não mudou nada
embora sejam outras
siglas no emblema
espada continua a ser espada
poema continua a ser poema.
Artur Gomes
Do cd Fulinaíma – Sax, Blues e Poesia
Edição do autor, 2002
"Terra de Santa Cruz " é foda, um épico, como poucos, muito poucos, da desgraça dessa nossa terra tão violentada. Para quem conhece a versão gravada, na voz de Artur Gomes, cruzada com o blues Noite Escura, de Reubes Pess, a publicação do poema no silêncio da escrita é uma redução drástica, mesmo que mantenha sua contundência cristalina e triste. Porra, ouça isso. As imagens são simples, a impressão é de que foi o que deu pra fazer. O que importa é a força do poema lançada como lava de vulcão bem dentro dos nossos ouvidos. Eis o link: https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1366124026815847/?hc_ref=PAGES_TIMELINE
obs.: terra de santa cruz foi escrito na década de 1980 do século 20. Sua primeira publicação se deu no livro Couro Cru & Carne Viva – 1987 – republicado 2019 na antologia pessoal Pátria A(r)mada – Editora Desconcertos, com prefácio de Ademir Assunção
Artur Gomes
FULINAIMICAMENTE
www.fulinaimagens.blogspot.com